Tranqüilos!, são balas respeitosas do meio ambiente
Jon Ungoed-Thomas
The Sunday Times
BAE SYSTEMS, um dos principais fabricantes mundiais de armas, está criando uma nova geração de munição “verde”, incluindo uma classe de balas e foguetes “sem chumbo” nas que se reduziram as toxinas.
Também querem reduzir os compostos perigosos em seus reatores, nos caças e na sua artilharia, que segundo avisam “podem danificar o meio ambiente e supor um risco para as pessoas.”
A iniciativa está sendo respaldada pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, que propôs armas silenciosas para reduzir a contaminação acústica, e granadas que produzam menos fumaça. Incluso houve experimentos para comprovar se os explosivos poderiam transformar-se em adubo.
A Dra. Debbie Allen, diretora de responsabilidade social da corporação BAE Systems, comentou que embora possa parecer raro ter uma prática ecológica na indústria das munições, é importante considerar o impacto no meio ambiente de toda classe de produtos.
“As armas serão usadas, e quando isto aconteça, tentaremos que sejam o mais seguras possíveis para os usuários; deste modo se limitam os danos colaterais e se minimiza o impacto no meio ambiente na medida das possibilidades”, comentou a Dra. Allen.
A política de BAE reflete a avidez que reina entre as grandes empresas por arejar suas preocupações relacionadas com o meio ambiente. O conceito de “munição verde” , pelo contrário, enfureceu os ativistas que se opõem ao tráfico de armas. “Isto é piada”, comenta Symon Hill da Campanha Contra o Tráfico de Armas. “ A empresa BAE está determinada a revestir-se com uma aparência ética, mas, fabricam armas para matar gente e é extremamente ridículo sugerir que são amigáveis com o meio ambiente.”
Durante a Guerra do Iraque, os britânicos lançaram mais de 900 bombas, enquanto que os USA admitiram ter lançado 1500 bombas de fragmentação, que detonam numerosas explosões ao longo de extensas áreas , apesar de que os ativistas intentaram acabar com o uso das minas terrestres. A cifra exata de mortos ainda é desconhecida.
Ambos os países querem garantir que no futuro suas armas serão mais sustentáveis e amigáveis com o meio ambiente. BAE deixou de usar urânio empobrecido nas suas armas no ano de 2003, mas agora um painel de expertos revisa todos seus produtos para ter certeza de que os materiais e os processos de manufaturação são o mais ecológicos possível. Seu arsenal e práticas relacionadas ao meio ambiente agora incluem :
Balas com baixo conteúdo de chumbo. Como a companhia diz na sua página web: “o chumbo usado nas munições pode causar dano ao meio-ambiente e supõe um risco para as pessoas”. BAE comenta que sua planta
Veículos blindados com baixas emissões de carbono. A companhia emprega motores “híbridos” que podem funcionar tanto com baterias como com os motores diesel convencionais.
Armamento com menos toxinas. BAE trabalha para reduzir em seus produtos os compostos orgânicos voláteis (COV) e outros produtos químicos perigosos que a miúdo são cancerígenos.
Artilharia mais sustentável. A companhia começou a fabricar cartuchos “insensíveis” para seus projéteis na sua planta de Glacoed, no sul de Gales. Não estouram acidentalmente e podem ser armazenados por períodos de tempo ilimitados, o qual reduz a necessidade de desativação.
Medidas encaminhadas a promover a poupança energética e a reciclagem entre as que se inclui a experimentação com resíduos de explosivos que podem transformar-se.
A política de BAE está respaldada pelo Ministério da Defesa, que enfatiza a importância da munição amigável com o meio ambiente
Também diz: “O conceito da munição verde não é um termo contraditório . Qualquer sistema, seja qual for seu uso, pode ter um design que minimize seu impacto sobre o meio ambiente.”
Os foguetes lançados em “meio abientes marinos sensíveis” poderiam reduzir suas emissões para proteger a vida marina, sugere o manual. Além do que, as armas empregadas com propósito de adestramento poderiam sofrer modificações. Entre as idéias se incluem plásticos biodegradáveis para mísseis, granadas com “redução de fumaça” e cabeças nucleares mais silenciosas.
Os militares estadunidenses também desenvolveram a estratégia da sustentabilidade. Um documento que figura na web sobre Sustentabilidade do Exército dos USA discute o possível emprego de óleo de soja como combustível nos aviões, o uso de painéis solares nas zonas de conflito e o emprego de veículos aéreos acionados por hidrogênio.
Fonte da notícia: The Sunday Times via Rebelión
Traduzido por Raul Fitipaldi para AMLAPAV